quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Prisão de Isaltino. Procurador acusa juíza de actuação kafkiana contra o Ministério Público | iOnline


Prisão de Isaltino. Procurador acusa juíza de actuação kafkiana contra o Ministério Público

Por Ana Sá Lopes, publicado em 16 Fev 2012 - 03:10


Há uma sentença transitada em julgado que manda que Isaltino cumpra dois anos de prisão. O prazo de prescrição corre e a juíza não aceita os mandados. O procurador recorreu para a Relação






  • Isaltino Morais


Uma “reinvenção de Kafka”. Esta é a expressão duríssima que o procurador do Ministério Público de Oeiras usa para descrever as decisões da juíza do processo Isaltino Morais, que têm permitido ao presidente da Câmara de Oeiras continuar em liberdade.

No seu recurso para o Tribunal da Relação, o procurador Luís Eloy diz que a não emissão dos mandados de detenção para que Isaltino cumpra a pena de dois anos “representa uma gravíssima violação de regras básicas de funcionamento do sistema judicial e de princípios basilares de confiança no Estado de direito que carecem de reposição rápida e integral”.

Um processo kafkiano, como diz Luís Eloy, não dirigido ao réu mas ao Ministério Público, “na sua tarefa estatutária”. “Quando se associa Franz Kafka ao processo penal costuma pensar--se numa máquina despersonalizada que esmaga os réus, seguindo regras obscuras, efectuando aplicações injustas e incompreensíveis, por assim dizer, kafkianas”. Ora para o procurador Eloy, “a cronologia recente deste processo representa uma verdadeira reinvenção de Kafka, não dirigida ao arguido mas ao Ministério Público na sua tarefa estatutária, prevista no art.o n.o 1 g) do respectivo estatuto, em que ‘compete especialmente ao Ministério Público promover a execução das decisões dos tribunais para que tenha legitimidade”.

A sentença transitou em julgado a 31 de Outubro e o Ministério Público emite os mandados de detenção para cumprimento da pena. Contudo, a 11 de Novembro o despacho da juíza considera que não está “estabilizado” o acórdão que decidiu a recusa do juiz para efeitos de emissão de mandado e não aceita “por ora” a prisão de Isaltino. O não deferimento do mandado é, na opinião do procurador de Oeiras, “completamente injustificado”: “Não se compreende que um juiz tenha estabilidade judicial para decidir todas as questões e não tenha para deferir imediatamente o pedido de execução da prisão decretada.”

O tom do recurso é muito duro: “Não há meias competências no que ao poder judicial diz respeito: ou se tem competência para todas as decisões ou não se tem competência para nenhuma.”

À nova tentativa do Ministério Público de fazer cumprir a pena de prisão, a juíza voltou a responder com um “nin”. Luís Eloy é arrasador: “Após três promoções, com uma decisão condenatória transitada em julgado na mão e com o prazo de prescrição de pena a correr, o Ministério Público continua a não ter, por ora, o deferimento da sua promoção e a não poder, como lhe compete, executar a decisão condenatória penal da Relação de Lisboa e cível do Supremo Tribunal de Justiça, numa interessante reinvenção de Kafka.”

5 comentários:

Anónimo disse...

É preciso ser-se muito ignorante para vir escrever um artigo com tanto disparate.
Esta jornalista, Ana Sá Lopes, deveria consultar o processo e informar-se do real estado do mesmo e das reais e práticas decisões tomadas antes de vir escrever disparates ignorantes baseada apenas no que diz o procurador. É que existem sempre dois lados, neste caso 3 lados. O do Procurador (acusador) o de Isaltino Morais (Autarca acusado) e o do Juiz (decisor com base na Lei).
O procurador tem todo o direito de se sentir indignado e de apelidar o processo da maneira que achar, ele não levou a dele àvante e é a chamada "dor de cotovelo", é como aquelas mesas redondas a seguir aos jogos de futebol, quem perde acusa o árbitro. Mas aqui a coisa é diferente e mais grave, o árbitro é um Juiz de Direito, al´guém que se rege pelas leis da Républica democratica e que com ela hage em conformidade, existem também muitas instâncias que validam a decisão. E a decisão está tomada, Isaltino não tem ordem de prisão e só criminoso quem está condenado e a quem é ditada sentença. Isaltino está preso? Não. Isaltino Morais é um Homem Livre. Respeitem os Tribunais. Respeitem os Juizes. Respeitem o Estado de Direito. Respeitem Portugal.

Municipe Oeirense

(continua)

Anónimo disse...

(continuação)

Kafkiana é esta preseguição movida sem tréguas ao Nosso Autarca, um Homem Bom, Integro, que o único propósito que tem é servir Oeiras e os seus Municipes mais e melhor, mesmo tendo em conta os niveis de excelência já atingidos, mas sempre superáveis pelo Nosso Autarca.
Vamos respeitar os Tribunais, vamos olhar o futuro, vamos todos dar as mãos e trabalhar em conjunto para que Oeiras seja um sucesso ainda maior do que aquele que já é!

Municipe Oeirense

Anónimo disse...

Meus Deus...sim, respeitar os tribunais é com o isaltino!!!!!É só ler as notícias que ele teve em tribunal!Conte lá qual é o tacho que tem à conta dele, vá!!!

Anónimo disse...

Senhora ou senhor Municipe Oeirense

Como estais eloquente; sabeis dizer Kafkiana. A Ana Sá Lopes é uma boa jornalista e sabe que este processo anda entupido.Nunca comentei apesar de acompanhar este blog com frequência. Mas este discurso está o máximo.
Maria João

Anónimo disse...

O Ministério Público não tem razão. Sabe disso e limita-se a fazer-se de indignado.