domingo, 20 de novembro de 2011

Assunção Esteves


Leio hoje aqui alguns comentários sobre a Assunção Esteves.
A primeira declaração de interesses que aqui deixo é a seguinte: Sou militante de um partido que nunca fez nada por mim, nem era suposto que fizesse - é a minha opinião. Pertenço a uma daquelas associações a que os portugueses tanto gostam de chamar de "lobby", e que nunca fez nada por mim, nem era suposto que fizesse - é a minha opinião. Sou mulher e nunca me vali disso nem era suposto que valesse - é a minha opinião.
A segunda declaração de interesses é esta: contrariamente ao que é uso, como mulher, não gosto de apontar o dedo a outras mulheres. Ou não o faço facilmente.
Conclusão: para os que me acusam de aqui ser "tendenciosa" ora a favor de um partido, ora a favor de um lobby, quero dizer o seguinte: Gosto da Assunção Esteves. E quero lá saber se ela é do PSD! Em rigor, admiro as pessoas quando entendo que devem ser admiradas, independentemente da cor (até porque há outras muito cor-de-rosa, azuis, encarnadas e verdes por quem não nutro a menor admiração)!
Apontam-lhe o dedo porque recebe 7.255 euros de pensão por dez anos de trabalho como juíza do Tribunal Constitucional e porque não lhe é permitido acumular esse valor com o ordenado de presidente do Parlamento, abdicou de receber remuneração pelo exercício do actual cargo, cujo salário é de 5.219,15 euros. Mantém, no entanto, o direito a ajudas de custo no valor de 2.133 euros.
Tudo dentro da lei.
Se outras políticas da nossa praça (apetece-me referir só às mulheres, posso?) tivessem uma centelha de currículo que fosse semelhante ao dela, não teríamos de discutir quotas.
Assunção Esteves emprestou ao cargo uma simplicidade, uma tenacidade e uma humanidade que nunca antes se vira (ou talvez se tenha visto com Barbosa de Melo, com quem cruzei os corredores enquanto adjunta do Secretário-Geral da AR, ao tempo - mas sem aquela graça!). E estou-lhe grata por isso!
Assunção Esteves chegou onde chegou porque mereceu e não o fez à custa de ninguém nem por conta de ninguém.
Esta senhora terá de me comprovar que estou muito errada (ou outros a quem respeito terão de o fazer por ela) para me ouvirem dizer uma palavra que seja contra ela!


 

8 comentários:

Anónimo disse...

"Apontam-lhe o dedo porque recebe 7.255 euros de pensão por dez anos de trabalho "

E não é isto um escândalo!?!?! Como é que ainda há gente que pretende que situações como esta sejam aceitáveis ou normais!?! Será que esta gente, estes politicos, estes fazedores de crónicas por encomenda ainda não perceberam que é por causa destas e de outras que hoje perdemos os subsidios de Natal de férias, tivemos ordenados reduzidos, impostos aumentados e uma crise como nunca se viu?? Será que a falta de vergonha e o descaramento não têm limites?
Esta senhora que tem um ar muito respeitável benificia dos mesmos direitos feitos por encomenda que benificia Duarte Lima, ambos trabalharam 10 anos ao serviço do bem público e ambos sairam com um prémio vitalicio em forma de pensão. Puca vergonha.

P.C.

Anónimo disse...

Este blogue desde que publica somente artigos de terceiros está a perder o interesse

Isabel Magalhães disse...

Resposta [20 de Novembro de 2011 20:22];


Chama-se a isso azar! O anónimo só cá vem dia sim dia não. Passe a vir cá nos dias não dias sim que encontra artigos de primeiros.

Anónimo disse...

Estes cavalheiros/senhoras não descontaram o suficiente para terem direito a estas pensões e ponto final. E optar pela reforma e receber as despesas de representação do cargo é uma chico espertice e ponto final.
O problema é que a esmagadora maioria dos portugueses fariam o mesmo. Portanto continuem a queixar-se...

Anónimo disse...

Sócrates já não é motivo de interesse para os visistantes deste blog, razão porque perde o interesse de muitos dos seus visitantes.

Isabel Magalhães disse...

Ah sim? Não me diga!
O anónimo [21 de Novembro de 2011 14:10] traz procuração de quantos?

Leite Pereira disse...

Enquanto me entrarem na reforma o socrates será sempre motivo de interesse e mais teria se este País fosse civilizado pois neste momento estaria a contas com a justiça.

Isabel Magalhães disse...

Para pedirem contas ao sócrates & comandita Portugal teria que ser o país asseado que infelizmente não é. Só é pena não sermos como a Islândia...